quinta-feira, 28 de agosto de 2008

PROBLEMAS URBANOS: A experiência do Paraná

Belo Horizonte – Brasil – 12 a 24 de março de 2000

Um amigo meu, Michael Thompson, num de seus livros define, com fino humor, o estado atual das cidades como um conjunto de prédios, ruas e ... gente. Nesta ordem e com esta importância.
O homem, nas grandes cidades, parece esquecido, esmagado por problemas de transporte, tráfego, poluição e falta de segurança. E isto, quando tem acesso a emprego, educação e saúde. Parecia que esta maravilhosa criação da raça humana, a cidade, teria cumprido o seu destino, e agora é um obstáculo para o futuro desenvolvimento da sociedade humana.
Esta preocupação se reflete na listagem dos grandes temas que deverão constituir uma agenda para o início do próximo século. Entre eles certamente estarão:
> o esgotamento do processo de urbanização nos países em desenvolvimento;
> a necessidade de solucionar os problemas que as cidades enfrentam, em especial nas regiões em desenvolvimento;
> e os efeitos da globalização.
As cidades, cujo crescimento foi iniciado pelo êxodo rural e agora, em muitos casos, é fomentado pelo fluxo migratório urbano-urbano, sofreram um enorme impacto e passaram a enfrentar problemas de habitação, infra-estrutura básica e social e necessidade de gerar empregos para uma população completamente despreparada para as atividades típicas destes centros. Estes problemas são agravados pela globalização das economias dos países em desenvolvimento.
Para enfrentar esta situação é preciso ter em mente que além da complexidade dos problemas urbanos será necessário, nos países em desenvolvimento, remover os obstáculos que impedem a sua solução.
Uma listagem destes obstáculos deverá incluir, obrigatoriamente:
> a escassez de recursos financeiros;
> a escassez de recursos humanos capacitados;
> a falta de políticas nacionais e locais;
> a inexistência de estruturas institucionais capazes de equacionar e resolver os problemas; e
> a falta de vontade política.

Os recursos humanos são tão importantes quanto os financeiros para a solução dos problemas urbanos. As carências financeiras que nos afligem exigem soluções criativas e menos onerosas, balizadas por diretrizes de políticas urbanas que somente poderão ser propostas por equipes altamente capazes e treinadas, cuja formação e desempenho dependem da existência de estruturas institucionais que possam abrigá-las.
Finalmente, mas não menos importante, é a vontade política necessária para a implantação das soluções propostas, que nem sempre são facilmente aceitas pela população. Sem esta vontade para apoiar o processo de implantação, todos os estudos e soluções propostas serão considerados, no futuro, como casos interessantes para estudo do que poderia ter sido feito no passado para evitar o caos do presente.

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